Nos 25 anos em que eu produzia música em Moçambique (sem censura e sem seguir as regras do nepotismo!),os camaradas dos serviços secretos SISE foram muito atenciosos.
Treinados pela Stasi, mostraram que não aprenderam apenas com os alemães a conduzir pessoas para campos de reeducação, a espiar os chamados "inimigos do Estado" ou a eliminar membros da oposição.
Também sabiam como controlar os suspeitos, por exemplo, quando registavam cada vez que artistas como Azagaia, Jeremias Nguenha ou Salimo Muhamed entravam ou saíam do meu estúdio em Maputo e na Massaca.
Eram os meus fãs mais fiéis. Já conheciam as canções antes de serem lançadas em cassetes ou CDs ou tocadas na rádio.
Mas também organizavam que os advogados, tribunais e a polícia fizeram a sua parte, para as minhas queixas de roubo durante os anos todos desaparecessem nas gavetas.
Para não esquecer que também tinham de pagar aos jornalistas e os artistas invejosos com as suas campanhas de difamação. "Um branco é sempre um colonialista" - este slogan funciona sempre.
Mas o trabalho dos feiticeiros também não deixou de surtir efeito. Algumas coisas funcionam também para os Mulungos. Neste domínio, superam os seus instrutores da Stasi.
Ou estou enganado, camarada Frangoulis?
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